sábado, 27 de junho de 2015
O Muro no Meio do Caminho
1.
Eu já contei a vocês
que eu pensava que ia
ficar rico e famoso escrevendo
os poemas mais lindos do mundo?
Podem rir, às vezes,
até gargalho contando
essa história.
Menino novo e com 100 vezes
mais empolgação do que juízo,
eu acreditava nisso, confiava nisso.
Desespero e ingenuidade não são
os melhores conselheiros pra sonhos,
em geral, os transformam em
delírios...
Um dia, atacado por um surto
de lucidez, dei uma boa lida
nos meus “maravilhosos” poemas e
a realidade, sem dó nem piedade,
como um chute na boca,
me acertou.
E ela estava de coturno,
então, POW! - eu descobri:
A realidade não é
baseada em
fatos ideais.
2.
Quando a gente se mantém
numa estrada pela certeza
do que vai encontrar e essa
certeza se desfaz, a vontade
de continuar desaparece.
Aconteceu comigo,
quando vi que não ia
ficar nem rico nem famoso
escrevendo aquelas porcarias,
fiz o que me pareceu mais sensato:
parei de perder meu tempo
com esse negócio de escrever.
E talvez, não voltasse a escrever
nunca mais, se não fosse essa
parte minha que herdei dos
antigos cínicos.
A minha certeza, agora, era
de que não ia dar em nada,
escrever não ia me levar
a lugar nenhum,
Mas aí, pensei, rindo:
vou parar só por isso?
Não parei.
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Uma reflexão interessante.
ResponderExcluirResolução edificante.
Uma crônica recortado em poema.
Duas pessoas na mesma estrofe.
Atenção na contação...
Mais carinho na escrita! ;)