quinta-feira, 13 de agosto de 2015

O Espaço Aberto



Madrugada, o sono tinha ido dar um passeio, então, eu estava assistindo esse documentário sobre a vida e a carreira de Chris Cole, um skatista profissional. Basicamente, era como ele tinha saído da infância pobre e chegado lá. Perto do fim do documentário, ele falou que sentia falta de um roteiro em sua vida, por exemplo, um roteiro de como ser adulto.

Os pais de Cole se separaram quando ele tinha 6 anos e o documentário dá a entender que o que ele sentia era a falta de um pai. Não tendo um modelo a seguir, Cole se sentia meio perdido às vezes, sem saber o que fazer, como fazer. Acho que exatamente por isso, ele se tornou o que se tornou: um dos melhores skatistas do mundo.

A ausência do pai, que um dia foi embora de casa e nunca mais entrou em contato, de certo, que deixou algumas lacunas na vida de Cole, como deixaria na vida de qualquer um. É algo triste, sem dúvida. Por outro lado, esse espaço aberto teve lá sua importância na transformação do menino sem pai no campeão de skate.

Por não ter um modelo a seguir, por não saber como fazer, Cole teve que dar seus pulos. É o que imagino. Ele precisou se mobilizar para inventar os próprios modos de agir, de enfrentar as questões da vida e, claro, do skate. E é aí que está!

Quando a gente faz como se faz, ou como dizem para fazer, tem as facilidades da precedência, a gente já viu dar certo ou pelo menos, já ouviu que dava, agora, quando o jeito é ir fazendo e vendo no que dá, leva um tempo até acertar e cada acerto custa muitas tentativas.

Em contrapartida, ir tentando e tentando até funcionar proporciona um repertório experiencial inestimável, sem dizer que é condição imprescindível para se desenvolver a incrível habilidade de dar um jeito.

É claro, experimentar não garante o acerto, por isso, muita gente prefere os atos já verificados, testados e aprovados e é aí que se limita. Aposto que Cole também iria preferir o “seu roteiro de vida” em vez de ter que improvisar, mas não teve escolha.

Na infância, Cole andou durante dois anos usando um meio fio na frente de sua casa para treinar: sozinho. Via manobras em programas de skate e ia tentar executá-las, sem a orientação de como fazer, de certo, que teve de ir tentando, experimentando, caindo e se arrebentando até conseguir.

No fim, ele conseguiu. Não diria que porque teve sorte, ele teve azar, nada veio para ele, ele foi buscar com o esforço cotidiano, persistência e um bocado de criatividade. Estatisticamente falando, ele fez o improvável.




                                          
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Um comentário:

  1. A luta para conseguir alguma coisa não é fácil, mas é o caminho que leva a vitória. Um belo fim de semana...

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