sábado, 22 de agosto de 2015

O Regozijo das Migalhas



01.
Eu li por aí que é bom
que o sofrimento exista
porque, sem ele, a gente
não teria como saber
o que é felicidade;

Fiquei pensando se o mesmo
funciona pra felicidade, que
se ela não existisse a gente
não teria como saber
o que é sofrimento.

Se é assim que as coisas são,
então, é ótimo que o sofrimento
exista, já que por ele a gente
descobre a felicidade,

Por outro lado, a felicidade
não é tão boa assim, já que
por ela a gente descobre o
sofrimento.


02.
Vamos concordar com a ideia
de que através do sofrimento
a gente descobre o que é
felicidade,

Então, seria certo dizer que
um pequeno sofrimento revela
uma pequena felicidade e que
um grande sofrimento revela
uma grande felicidade?

Se for assim, a gente pode
concluir o seguinte:
quanto maior o sofrimento,
maior a felicidade revelada.

Ou seja, uma vida sofrida
é o caminho pro Nirvana.

Não acho que funcione
desse jeito.


03.
Uma vida sofrida não revela
a felicidade. Não! Na verdade,
ela arregaça o sujeito ao ponto
de ele se sentir abençoado até
pelo copo dágua que bebe.

Taí o que chamo de
o regozijo das migalhas.

É o que perpassa o sujeito
numa situação realmente precária,
quando ele acha 2 reais na rua
e, tomado de euforia, se sente
o cara mais sortudo do mundo!

E isso, meu amigo,
não é felicidade,
não passa nem perto.





                                                     
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