sábado, 1 de agosto de 2015

É complicado!



É complicado!

Seguir adiante pela Vida afora,
frágeis viajantes pela via instável
e móvel, de pés descalços
por uma estrada falha e flutuante,

De um a outro agora,
que se movem, mudam
e se transformam,

De ano em ano,
de mês em mês,
de hora em hora.

A gente se prepara
pra uma montanha,
mas encontra um abismo,
se prepara pro abismo
mas encontra uma montanha.

É complicado,
porque cedo ou tarde,
a gente aprende a andar
sempre com cautela,
sempre com cuidado,
pé ante pé.

Sacomé?

O que vem? O que virá?
A gente tenta adivinhar
e pelo que advinha, se prepara,
mas vem a Vida e surpreende,
a gente quebra cara.

E quando a gente
não tem mais cara pra quebrar,
de novo, a Vida inventa e
surpreende,

Quem vai entender?
Quem é que entende?

Nem abismo, nem montanha,
eis uma planície, muito ampla
e muito fácil de transpor.

A gente para, pensa
indaga: será que agora vai?
Será que vou?

A gente desconfia, é claro,
já se acostumou a desconfiar,
e não é raro que a gente evite
o caminho mais sossegado
e siga adiante por outro.

E por quê?

Por medo do que a Vida,
essa raposa velha e ardilosa,
pode estar aprontando.

A gente segue em frente,
e segue desconfiando sempre
de qualquer coisa que outra seja
e não a mesma Vida dura, árdua,
mas conhecida.

É complicado!





                                                      
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