sábado, 24 de setembro de 2016

Pelas Frestas do Impossível


Eu já tive
medo de morrer
e também, vontade,

Eu já quis crescer
e já quis voltar
a ter pouca idade,

Já acordei
sorrindo largo
e chorar já foi
o primeiro ato
do meu dia,

Já fui dormir
tranquilo
e sossegado
e já virei a noite
em desespero,
acordado.

Muitas vezes
eu fui o esperto
e outras muitas,
fui o otário,

Já contei mentiras
e já falei umas
verdades

Eu já me joguei
e já fui jogado,
sacudido, movido
e balançado

E pode até ser
que tenha errado
muito mais do que
acertei,

Mas eu aprendi,
uma coisa ou outra
eu aprendi,

E
hoje sei.

Sei, por exemplo
que a Vida é mesmo
toda torta

É
estendendo a mão
e batendo a porta,

Sei que a Vida
é esse movimento
às vezes, lento,
às vezes, raio,

Trânsito
que tanto leva
como traz,

De vez
em quando
é guerra, de vez
em quando, paz.

Sei que a
circunstância
manda, molda,

E
faz marionete
do feliz
e do infeliz,

Que se acha
e que se diz,
livre.

Sei que
quem não se faz
é feito,

Por isso,
é sempre efeito
e nunca é causa.

Sei que dói,
que pesa e
que machuca,

Mas vale a pena,
a Vida –

Quando a gente
cresce e, ao crescer,
não se apequena.



                                                                      
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