sábado, 8 de abril de 2017

Tempos do Convívio



Passeio sem assombro
os olhos da memória
pelas prateleiras do
passado,

Estacionamento do trabalho:
passo assobiando entre
os carros, é uma versão
das quatro estações de
Vivaldi

Que eu ouvia muito
logo que ganhei meu
primeiro pc e conheci
a fantástica tecnologia
do mp3,

Essa versão, no entanto,
eu que inventei durante
caminhadas funcionais
e aborrecidas,

Pareço meu pai
lavando o carro,

Só não tenho
carro pra lavar.

Lembro que detestava
admitir qualquer semelhança
entre mim e ele,

Hoje,
acho graça e digo
é mermo.

Mas pareço mais
com minha mãe,
embora não borde,

Quebro coisas igual
e vivo bem com
gatos.

Meu quarto, 3 da manhã:
eu tô deitado no escuro
olhando pra cima e esperando
o sono como quem espera
um ônibus em Porto Velho,

Eu sei que
vai demorar.

Já faz muito tempo desde
a última vez que sonhei
com demônios,

Não eram sonhos
muito bons, mas foram
embora junto com o meu
cristianismo.

É, tenho um monte de
ideais sem uso e verdades
que não preciso mais

Isso acontece quando
a gente se revoluciona.

Acho que devia
tá um pouco triste,
porque perdi o paraíso,

Mas na fila do supermercado,
enquanto olho pra dentro, a
Vanessa me pergunta o que foi,
e ela mesma se responde,
só mais um poema

E no fim das contas,
me libertei de um deus
vilão e do reino medieval
que só existia na minha
cabeça.

Tanto faz,
vamo pra casa,
comer bolacha recheada
com café e seguir com
a vida…

Heheheheh




                                                               
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