sábado, 18 de abril de 2015

As Vozes na Minha Cabeça



Foram se enfiando em mim,
essas vozes todas de desdém
e subestima, vozes recriminatórias,
cheias de nãos e de impossíveis,

Foram se metendo à força
pelos meus ouvidos como pequenos
vermes pegajosos e insistentes
e acabaram por se instalar
bem no fundo do meu cérebro,

Por isso, hoje,
há em mim um pouco do que
disseram todos os que já me
menosprezaram,

Um pouco dos presunçosos que me
questionaram com suas leituras
e teorias aprendidas em universidades,
e daqueles outros cheios de seus santos
e dogmas,

Um pouco do que preconizam
todas essas instituições
entupidas de pessoas que nem sabem
direito o que estão fazendo,
só sabem que sempre devem
fazer como sempre fizeram,

Um pouco dos meus pais e dos
professores que repetiam sempre
que eu não sabia de nada e de
todo mundo que me dizia
que eu estava errado.

Então, de tanto todas essas vozes
martelarem meu juízo,
às vezes, eu me pergunto
a sério:

Quem sou eu pra estar
pensando nessas coisas
que todos dizem que
não deveria pensar?

Tenho mesmo esse direito?
Esse poder?

Gente muito mais esperta do que eu
e grande conhecedora das normas
da ABNT está agora mesmo
construindo apêndices
para teorias complexas,

Posso mesmo, competir
com a sapiência do seu método
científico?

Posso mesmo me meter
a falar sobre a Vida e o Ser,
enquanto gurus do mundo inteiro
que passam fome com suas dietas
e limpam suas mentes do que há
no cotidiano, estão, agora mesmo,
tratando do assunto?

Posso mesmo acrescentar
algo que os santos meditadores
não tenham adivinhado
à sabedoria mundial?

Posso mesmo saber
algo mais que todos os que
já viveram muito mais que eu?

Mas em meio a todas essas vozes,
há uma outra voz, que não se apequena,
que me pergunta, rindo:
E por que não?








                                                                   
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Valeu!

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