sábado, 28 de novembro de 2015

A Gentileza Embriagada



Minha irmã me contou essa.

Ela foi pra parada de ônibus,
chegando lá, viu um bebum,
modelo clássico - magrelo,
velho, calvo e barrigudo.

Um daqueles tagarelas
que ao mesmo tempo
que falam pra todos,
não falam com ninguém.

Ele estava bem ali perto,
na frente da casa que (ele disse)
era dele, onde (segundo ele):
podia fazer o que quisesse.

O que quisesse!
- e o que queria, podia e fazia
era beber, ouvir seu radinho
e dançar como se não tivesse
ninguém olhando.

Acontece que tinha,
sempre tem...

Mais que isso:
o pessoal olhava,
mas não só olhava,
não olhava e só.

A gente sabe como é:
olhava, apontava o dedo,
comentava, ria.

O bebum lá, na sua,
nem aí.

Nisso,
chega um cara de muleta
na parada de ônibus
e porque ninguém levanta
pra ceder o lugar,
ele fica em pé.

Pois o bebum dançante
entrou, pegou uma cadeira
e foi levar pro cara de muleta:

- Pega aí, ó…

Aí o cara de muleta
olhou pro pessoal da parada
com uma bela cara de
tá vendo só?

No que o pessoal da parada
olhou de volta com cara de
quem diria, hein?


***
Moral da história:
seja o bêbado.




                                               
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