sábado, 11 de março de 2017

Lembrança de Voar






Ninguém pisa
o chão duro do real
só pra dar uma descansada,

Se a gente pudesse,
habitava os ares do fantástico
a vida inteira,

Mas não pode!

Uma hora ou outra,
todo mundo é derrubado
e tem que andar…

E só por isso,
anda.

Anda e leva
pra onde quer que vá
a memória viva de voar.

Eu penso em pássaros
que perderam as asas,
mas não os anseios pela
navegação dos ares,

E aí penso na gente
passando tanto tempo
com os olhos e os desejos
apontados pras alturas,

Perseguindo meios de sentir
de novo passear o corpo
o deslumbrante gozo
de dominar o azul.

A diferença é que
um pássaro que tenha
perdido as asas

Pode ter voado,
pelo menos uma vez,

Enquanto a gente,
que já se sentiu voando
e até lembra a sensação,

O que foi mais alto
não foi mais que
um salto.




                                                                     
Gostou?
Então, passe adiante.
Valeu!

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