sábado, 22 de abril de 2017
Sobre Cheiros e Narizes
01.
“Cedo ou tarde,
a realidade
nos inunda os crânios
e nos afoga os sonhos”
Acho isso tão
bonito!
Posso imaginar
a realidade enchendo
crânios como aquários
e os sonhos, tadinhos!
Sem chance.
Eles se debatem um
pouco ainda, o que deixa
tudo mais triste, antes de,
enfim,
afundarem.
Disse isso pra alguns
não iniciados, porque
sou desses que jogam
poesia na cara do
povo.
Hehehehe
Ser poeta é um
pouco isso...
Não disse
o pensamento todo,
só a estrofe,
Alguns disseram
que ficou muito legal,
outros disseram “um rum”
e ainda alguns disseram
que tavam ocupados.
02.
É engraçado como
as pessoas acabam
se acostumando com
o pouco das palavras,
O falar de todo dia:
a palavra dizendo
só o que tá dizendo,
É engraçado também
como elas acabam se
acostumando com a gente
E a gente com elas
e tudo dorme sobre
a larga cama da praticidade
implícita,
CARAMBA! - eu penso,
sou um poeta,
minha missão na terra
é despertar sentidos!!!
Mas aí repenso,
porque tô acostumado
demais comigo mesmo.
03.
Tenho um amigo que
todo dia mexia com peixe,
e por isso, cheirava a peixe,
mas pra ele não, porque
ele não sentia mais o cheiro
do peixe,
Todo mundo sentia,
ele não.
O que isso tem a ver?
Todo dia a gente mexe
com um monte de coisa
e mexe tanto que já nem
sente mais o cheiro,
Só os outros
que sentem.
O ponto é: todo dia
mexo com poesia
e aí, eu me pergunto:
tô fedendo será?
04.
Digo que sou poeta
não só porque escrevo
poemas,
Mas
porque sinto o mundo
de um modo tal e sei que
sentiria de outro modo
Não fosse poeta,
nem fosse a poesia.
A poesia me contamina
os olhos, me contamina
os verbos, me contamina
o cérebro
E até sobre o cinza
dos dias melancólicos
ela borrifa azul,
Então,
eu fico pensando
se não preciso
me lavar...
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